26 April 2010

Meu Silêncio, Minha Dor, Mea Culpa...

Como uma faca que acaba de me ser inserida...  continuo ignorando o milagre da oportunidade... que sempre me é dada,  até quando Senhor meu Deus ?  Perdoa-me, ignorando não sei o que faço... Por minhas próprias mãos, faca esta que me  penetra dura  e fortemente implacável... como foram minhas palavras e desvarios refletidos num espelho que eu concebi. Penetra-me cortando profundamente... quanta dor sinto... por minha culpa,  única e exclusiva culpa minha... "mea culpa"  cabe-me orar e clamar a ti Deus, abrigo meu... ajuda-me a dar o primeiro passo, a me tirar da linha de pensamentos  que se encontram turvos, reconheço destilar veneno contra mim mesmo. Nada mais errado. 

Ao que a mim diz respeito, seja o Senhor essa  minha linha orientadora e  se meu silêncio for o preço...   eu o pago...  não quero mais ignorar sua verdade... 

Nada do que digo ou escrevo é gratuito nem tem o propósito de ofender ninguém. 

Penso sempre ter um fundamento, a minha visão das coisas. Equivocado, pois posso estar. É algo que me acontece e não nego. Não deixe que  meu objetivo primeiro seja de dizer o que penso, porque me machuco e machuco os outros.

Vem este prenúncio a respeito de mim  e  tive,  estou tendo oportunidade de esclarecer imediatamente por graça sua e agora quero aqui fazer o meu ponto de honra.

Erro toda vez que dou condições a generalização das coisas e se tem algo ruim numa opinião é, sem dúvida, generalização. 


Por ter sentido essa experiência na pele e saber o que dói, aqui fica o meu “mea culpa” sentido, com intuito de não voltar a repetir isso.


Confiteor Deo omnipotenti, beatae Mariae semper Virgini, beato Michaeli Archangelo, beato Joanni Baptistae, sanctis Apostolis Petro et Paulo, omnibus Sanctis, et tibi pater: quia peccavi nimis cogitatione verbo, et opere: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. Ideo precor beatam Mariam semper Virginem, beatum Michaelem Archangelum, beatum Joannem Baptistam, sanctos Apostolos Petrum et Paulum, omnes Sanctos, et te Pater, orare pro me ad Dominum Deum Nostrum.

Com a mesma mão que me feri, encontro um antídoto dentro de algumas palavras que acabo de encontrar, me sinto como que  se a faca que ainda empunho... se retira e vai saindo da minha carne que vai se cicatrizando,  banhada pela única atitude que me cabe nesse estado...  

Mergulho dentro do silêncio... 

Fica registrado aqui por mim o texto que apazigua essa enorme dor, além da oração acima,  palavras dignas de qualquer ser humano conhecer em oportuno.


- (...) Vós quereis tentar a sorte na grande cidade, e sabeis bem que é lá que deveis gastar essa aura de valentia que a longa inacção dentro destas muralhas vos houver concedido. 

Procurareis também a fortuna, e devereis ser hábil a obtê-la. Se aqui aprendeste a escapar à bala de um mosquete, lá deveis aprender a saber escapar à inveja, ao ciúme, à rapacidade, batendo-vos com armas iguais com os vossos adversários, ou seja, com todos. 

E portanto escutai-me. Há meia hora que me interrompeis dizendo o que pensais, e com o ar de interrogar quereis mostrar-me que me engano. Nunca mais o façais, especialmente com os poderosos. Às vezes a confiança na vossa argúcia e o sentimento de dever testemunhar a verdade poderiam impelir-vos a dar um bom conselho a quem é mais do que vós. Nunca o façais. 

Toda a vitória produz ódio no vencido, e se se obtiver sobre o nosso próprio senhor, ou é estúpida ou é prejudicial. Os príncipes desejam ser ajudados mas não superados.
 
Mas sede prudente também com os vossos iguais. Não humilheis com as vossas virtudes. Nunca falei de vós mesmos: ou vos gabaríeis, que é vaidade, ou vos vituperaríeis, que é estultícia. Deixai antes que os outros vos descubram alguma pecha venial, que a inveja possa roer sem demasiado dano vosso. 

Devereis ser de bastante e às vezes parecer de pouco. 

A avestruz não aspira a erguer-se nos ares, expondo-se a uma exemplar queda: deixa descobrir pouco a pouco a beleza das suas plumas. E sobretudo, se tiverdes paixões, não as ponhais à vista, por mais nobres que vos pareçam. 

Não se deve consentir a todos o acesso ao nosso próprio coração. Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez. ...(fonte...)...

subscrevo-me cauto
cauto
[Do lat. cautu.]
Adjetivo.
1.V. acautelado (1):
“Se, carinhoso, cauto me movo, / É com receio de te magoar.” (B. Lopes, Val de Lírios, p. 19.).



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