26 March 2010

Do pensamento único à consciência universal

“POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO”

Do pensamento único à consciência universal

Milton Santos

A obra visa, através da reflexão sobre o espaço geográfico, refletir também sobre o contexto atual da sociedade, incluindo paradigmas materiais e políticos, além de rever também problemas e dores da atualidade. Busca também os meios pelos quais devemos nos ater para, quem sabe, construir um novo conceito de mundo globalizado, em favor do qual nos é interessante viver e lutar.

A originalidade do autor se dispõe de forma atual, compreendendo também uma serie de disposições sobre artigos e conferências diversas.

O autor pretende, portanto, retratar o ser da sociedade globalizada social mostrando um dever ser de uma nova globalização, essa mais humanizada.

A discussão do papel da ideologia no atual sistema global tem importância capital no livro, isso garante também uma ênfase no papel da política, visto que essa se define como a “arte de pensar as mudanças e de criar as condições para torná-las efetivas”.

O autor faz uma profecia de um futuro de mudanças provindas de baixo para cima, onde o intelectual e seu pensamento livre desempenharão papel substancial nas próximas revoluções dos paradigmas mundiais.

A crítica recai ainda sobre a atual globalização com sua tendência ao tecnicismo e mecanização, levando a uma desumanização e a um progressivo domínio do capital perante a vida social ou pessoal.

Daí a sugestão de três vias de globalização para uma visão crítica da mesma, no intuito de revisá-la e reconstruí-la: A primeira seria a globalização como fábula; a segunda como perversidade; e a terceira como uma outra globalização, a do dever ser.

A primeira tentando mostrar os conceitos e ideologias da globalização atual no sentido de legitimar a si mesma. A segunda visando uma análise e entendimento das inúmeras e progressivas desigualdades e perversidades criadas pela globalização que se diz integradora e homogeneizadora. Já a ultima traz um conceito novo de globalização, através de uma integração real, social e humanitária, na qual as desigualdades se amenizariam, o tecnicismo ou o capital não se sobreporiam ao âmbito individual ou social, mas se dariam de forma inteligente e sustentável. Assim, não seria necessária a subjugação do ser humano, que teria a tecnologia trabalhando em seu favor, e não em favor do capital favorecedor de uma minoria.

No comments:


Inefável no Twitter