20 April 2010

Hamlet

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Hamlet é uma das obras mais citadas da literatura inglesa, e é frequentemente incluída na lista de grandes trabalhos literários.[119] Como tal, tem influenciado a escrita de diversos autores através dos séculos. O acadêmico Laurie Osborne identifica a direta influência de Hamlet em inúmeras narrativas modernas, e as divide em quatro principais categorias: contabilidade fictícia da composição da peça, adaptação do enredo para leitores infantis, ampliação ou diminuição de algumas personagens da peça, e narrações destacando atuações da peça.[120]

Escultura do Príncipe Hamlet segurando uma caveira, na Inglaterra: ao longo dos séculos, várias obras literárias foram influenciadas pela peça shakesperiana.

Tom Jones, de Henry Fielding, publicado em 1749, descreve uma visita feita por Tom Jones e Mr. Partridge a Hamlet, com similaridades com o recurso "teatro no teatro".[121] Em contraste, o bildungsroman Wilhelm Meisters Lehrjahre de Goethe, escrito entre 1776 e 1796, não só tem um núcleo semelhante ao de Hamlet como também cria um paralelo entre o Fantasma e o pai morto do personagem Wilhelm Meister.[121] Na década de 1850, em Pierre: or, The Ambiguities, Herman Melville foca-se em Hamlet como um personagem de longo desenvolvimento como escritor.[121] Dez anos depois, o Great Expectations de Dickens contém muitos elementos parecidos com Hamlet: ele é impulsionado por vingança através de ações motivadas, e também possui personagens-fantasmas, além de focar na culpa do herói.[121] O acadêmico Alexander Welsh nota que Great Expectations é uma "novela autobiográfica" e "antecipa leituras psicanalíticas de Hamlet em si."[122]

Machado de Assis, um grande admirador de Shakespeare,[e] utilizou a tragédia hamletiana em inúmeros escritos de sua autoria: mais popularmente, no conto A Cartomante há a frase "Há mais coisas entre o céu a terra do que supõe nossa vã filosofia"[123] logo na primeira linha, que conduziu a história através desse discurso.[124] Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o primeiro fantástico e realista do Brasil e, consecutivamente, revolucionário, o personagem-narrador cita o príncipe Hamlet para falar de sua morte no capítulo primeiro: "Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. E foi assim que cheguei à cláusula dos meus dias; foi assim que me encaminhei para o undiscovered country[125] de Hamlet, sem as ânsias nem as dúvidas do moço príncipe, mas pausado o trôpego, como quem se retira tarde do espetáculo."[126]

Na década de 1920, James Joyce coordenou "uma versão mais otimista" de Hamlet — despojada de obsessão e vingança — em Ulysses, embora o paralelo principal seja com a Odisséia de Homero.[121] Na década de 1990, duas romancistas mulheres foram explicitamente influenciadas por Hamlet. Em Wise Children, de Angela Carter, Ser ou não ser é retrabalhado como uma música e uma dança rotineira, e, em The Black Prince, de Iris Murdoch, há temas como o do complexo de Édipo e do assassinato, entrelaçados com Hamlet.[127]

FONTE

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